4.8.07

Is anybody there?

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Lisboa, 1º Domingo de Agosto

3.8.07

Em nome da Utopia (4)

Cartaz da OCMLP
«A terra a quem a trabalha» – sem dúvida, uma das maiores utopias do pós 25 de Abril.

O tema veio esta semana a terreiro por estar em exibição um filme que um alemão – Thomas Harlan – realizou em 1975 (*). TORRE BELA é o seu título e retrata o que foi a tentativa de reforma agrária, numa grande herdade do Ribatejo, entre Abril e Dezembro de 1975. Há várias versões deste documentário, eu não vi a que voltou agora às salas de cinema, mas tenho bem presente a que o Público divulgou, em DVD, em 1999.

Trata-se de um testemunho histórico impressionante. Mas é-me difícil imaginar como reagem os espectadores que não viveram aquela época. Muita coisa deve parecer irreal, desde as reuniões e as discussões, por vezes infindáveis, quase sempre caóticas, até à cena da ocupação do palácio da herdade, que Buñuel não desdenharia.

Mas aquelas mulheres e aqueles homens foram bem reais e acreditaram, durante alguns meses, que estavam a mudar o rumo da história. E, de certo modo, fizeram-no. Nunca mais foram os mesmos e nós também não. Moldaram o nosso passado recente e, por isso mesmo, condicionam ainda uma parte do nosso presente. Para o bem e para o mal.

Não será esse, precisamente, o papel de todas as utopias?

Encontrei estes minutos do filme no Youtube.

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(*) O suplemento Ípsilon do jornal Público de 3/8/2007 dedica-lhe um extensa análise assinada por Alexandra Lucas Coelho.

2.8.07

Ele já anda por aqui


Santana Lopes já tem um blogue! Até à data, só três posts, relativamente inócuos.

Mas das duas uma: ou morre o blogue ou vamos ter espectáculo!



1.8.07

C. M. de Lisboa - Dia Zero?


Raramente «ganho» eleições. Explicando melhor: há muito tempo (nem me lembro desde quando...) que não tenho votado em futuros vencedores de pelejas legislativas ou autárquicas.

Mas desta vez ganhei – porque votei em Sá Fernandes e porque António Costa é presidente mas sem maioria absoluta.

Mais: confesso que ainda receei que Costa cedesse à tentação de forçar uma qualquer aliança com Carmona Rodrigues que pareceu pôr-se a jeito. Felizmente que isso não aconteceu.

Quanto às esquerdas:
• A CDU isola-se, orgulhosamente só, esperando por amanhãs que não cantarão.
• Cada vez entendo menos Helena Roseta e o seu inefável nº 2.
• Será curioso e importante para a democracia portuguesa ver como corre esta primeira aliança PS/BE. É um marco, uma nova etapa. Espero, sobretudo pelos lisboetas, que corra o melhor possível.





6 + 1 não é igual a 9. Costa + Sá Fernandes não chegam para uma maioria, irão negociar consensos com outros. Terão a vida dificultada, mas pode ser salutar para o resultado final.
E talvez isso ajude o país a ganhar uma maior maturidade democrática.

Será que acordei hoje demasiado optimista?!...


30.7.07

Parlez Globish (2)

Já li Don’t Speak English, Parlez Globish, referido aqui, em post que assumo conhecido. Achei o livro interessantíssimo e de leitura fácil e agradável.

Não sei se o projecto de Jean-Paul Nerrière (JPN) atingirá os objectivos que se propõe, mas é, no mínimo, original e muito criativo.

Assumindo como pressuposto incontornável que, na era global, a humanidade precisa de se entender, o Globish apresenta-se não como uma nova língua, mas como um instrumento de comunicação alternativo ao «angloricano» (mistura de inglês e de americano) que 88% da humanidade, que não o tem como língua materna, faz um esfortço hercúleo, muitas vezes em vão, para compreender e para falar (enquanto os outros 12% não fazem qualquer tentativa de adaptação ou de simplificação).

O Globish é «o essencial do inglês, um concentrado fundamental e suficiente, obtido por meio de uma destilação reflectida», diz JPN. Se não chega nem é apropriado para ler Oscar Wilde no original, as suas 1 500 palavras («nem mais uma, se possível») e seus derivados são suficientes para quem precisa de entender – e de se fazer entender – no plano profissional, enquanto turista, como utilizador da internet, etc., etc.

O Globish está longe de ser a primeira tentativa que se faz neste domínio e, por isso, JPN utilizou fontes para a constituição do seu léxico. Baseou-se, concretamente, na experiência da rádio Internacional Voice of America e no dicionário de Basic English de Odgen.

Para saber Globish, não basta aprender uma lista de palavras: há que ter em conta toda a problemática relacionada com a pronúncia, é necessário estudar gramática e tudo o que diz respeito aos modos de expressão. É à explicação de cada um destes itens que o livro se dedica e sobre os quais não me vou alongar (*).

A título de exemplo e pela originalidade, refiro o que é aconselhado no domínio da aprendizagem da pronúncia:
• Escolher vinte canções que tenham um ritmo lento, de artistas britânicos ou americanos (Frank Sinatra, Nat King Cole, The Beatles...).
• Começar por ouvir uma qualquer, repetindo cada fonema o melhor possível, mesmo sem saber o significado do que é dito; repetir o exercício o número de vezes necessário para decorar toda a canção (podendo tomar notas por escrito, mas foneticamente, ou seja tal qual como se ouve).
• Fazer o mesmo exercício para as outras dezanove canções.

JPN garante que a garganta terá ficado educada para o Globish e que uma importante batalha terá sido assim ganha, sem grande esforço. (E acrescenta, ironicamente, que no caso de o aluno desistir do Globish, ficará muito bem preparado para o karaok...)

Muito haveria para dizer, mas fico por aqui.
All the best to you, Globish!

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(*) Já há meios de formação em Globish disponíveis, tanto em livros como na net.


29.7.07

O blogue mais visitado do mundo

Tem este singelo cabeçalho.


A sua autora chama-se Xu Jinglei – chinesa, 33 anos, actriz e realizadora de cinema.

O blogue atingiu este mês 100 milhões de visitantes em menos de dois anos. Mais de 100 vistas por segundo.

Parece que o sucesso não se deve a conteúdos especialmente sensasionalistas: Xu Jinglei limita-se a narrar simplesmente o seu dia-a-dia.

Aqui ficam as primeiras linhas do post mais recente:

北京老是雾蒙蒙,若不是推也推不掉的各种事情,根本不想出门。围裙就快要生了,给她找了一个生孩子的地方——一个铺上好几层松软棉被和毛巾的笼子,并在笼子外面盖上了被单,听说猫咪喜欢在幽暗松软的的地方生小孩儿。希望她顺利的生出猫宝宝,找医生咨询了一下,医生觉得没有问题,说猫咪本能的可以照顾好自己的孩子。我还是不太放心,离临产的日子越近,出门的时候越担心,生怕哪天我回来的时候她已经生了,又没有照顾好自己的宝宝,悲剧……

O resto pode ser visto aqui.